J.U. - O Design agora migra para a indústria criativa?
Ana - Estamos falando de uma dimensão de desenvolvimento, que trabalha muito bem as áreas de conhecimento citadas anteriormente. O fato é estarmos trabalhando com questões de mídia, na Comunicação, e, ao mesmo tempo, pensarmos na territorialidade, nas concepções do próprio objeto, que vem do Design, e tudo isso permeado pela atividade da Linguagem. O Design faz parte desta escola, até pelo conceito de Design Estratégico que o sustenta, com a visão mais no processo do que no próprio produto e por apresentar sua interface com áreas como Comunicação e Marketing.
J.U. - Qual o principal objetivo da escola?
Ana - É promover a inovação na pesquisa e nas práticas relacionadas à indústria criativa, de maneira que possamos formar pessoas, pesquisar e fazer projetos aplicados, sempre pensando na excelência acadêmica. O planejamento estratégico da escola permitiu a construção de programas, que começam a ser desenvolvidos.
J.U. - A Escola de Indústria Criativa já está atuando, fazendo suas articulações?
Ana – Sim, desde dezembro do ano passado, quando nos reunimos para definir o planejamento estratégico. Nós temos, inclusive, reuniões mensais de todos os coordenadores da graduação, pós e especialização, e dos órgãos da escola, como rádio, TV e Agexcom, o que permite criar um espaço de trocas.
J.U. - Os alunos já podem notar alguma diferença no dia a dia das aulas?
Ana - A mudança maior vai ocorrer no médio prazo e vai ter muito a ver com a possibilidade de compartilharmos práticas. Por exemplo, o aluno que está fazendo Jornalismo poder realizar algum tipo de inserção numa disciplina do Audiovisual, e vice-versa, ou de poder participar de workshops que atendam os interesses da escola e que sirvam como horas complementares para todos os estudantes. Estamos pensando na formatação de uma nova realidade, da inserção em um universo maior, o da escola. Isto começa pelo evento de lançamento da escola, que deve ocorrer em novembro. O evento prevê três polos: uma discussão em nível acadêmico sobre a indústria criativa; uma séria de oficinas para alunos; e eventos para o público em geral. O momento vai simbolizar o início da construção do edifício.
J.U. - Quais os projetos que a escola deseja implantar no médio e longo prazo?
Ana - Nós pensamos os projetos em torno de programas, que foram definidos a partir do planejamento estratégico da escola. O primeiro é desenvolver a identidade da escola, que vai pensar no conceito e lançamento. O segundo é o programa de inovação na pesquisa e nas práticas, que vai impactar mais diretamente o nosso aluno e nas possibilidades de pesquisas conjuntas. Assim, podemos pensar em projetos mais ambiciosos e amplos e que abranjam as três áreas do conhecimento. Outro programa, extremamente importante, é o de formação de parcerias que façam a articulação internamente entre os cursos e, externamente, com instituições e empresas que tenham demandas para a indústria criativa. O último é o de internacionalização, que tenta localizar universidades parceiras para que possamos estabelecer cooperações bilaterais, seja através de alunos ou professores, visando, inclusive, a possibilidade de dupla titulação.
J.U. - Qual o teu papel como decana?
Ana - É o de articulação, de poder enxergar o todo, os cursos no seu conjunto, os potenciais de nossa pesquisa. É o de congregar os professores, pesquisadores, alunos e colaboradores em torno de metas comuns. Temos um papel estratégico, de identificar e propor ações que levem ao desenvolvimento. Não temos papel executivo, somos muito mais os embaixadores da área.